Se o dente permanente nasce e o dente de leite não cai, o cão ou gato ficam sujeitos a alterações na mordedura (alterações de oclusão) e a sérios traumas.Saiba como identificar o problema e como corrigi-lo.
Assim como acontece com os humanos, cães e gatos nascem desdentados.Por volta dos 20 a 30 dias de vida começa a formação da primeira dentição nesses animais, o que os torna capazes de fazer a preensão e a trituração dos alimentos, conduzindo-os gradativamente ao desmame.
No filhote de cão crescem 28 dentes de leite - chamados de dentes decíduos pela odontologia -, constituído por três incisivos, um canino e três pré-molares em cada lado da maxilae da mandíbula.Já nos gatos há um pré-molar a menos em cada lado da mandíbula, totalizando, portanto, 26 dentes decíduos.
Com a erupção dos dentes de leite, ocorre o rompimento da gengiva, o que causa irritação local.Esse desconforto tende a estar presente por toda a fase de erupção dentária.
- Dentes de leite persistentes
Quando um dente permanente começa a se desenvolver, este induz a reabsorção das raízes do dente decíduo correspondente, o que vai perdendo sua sustentação, ficando "amolecido", até cair.
Às vezes, porém, a queda não acontece. O dente permanente pode erupcionar em lugar errado e ficar em má posição, já que, como diz a antiga lei da física, dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço ao mesmo tempo.O problema, chamado de maloclusão, é mais frequente em cães de raças pequenas, como o Poodle, Yorkshire, Maltês, Schauzer e Pinscher, mas aparece também em cães de grande porte e em gatos.
A maloclusão prejudica, no mínimo, a mastigação eficiente.Entre as consequências mais graves está o dente canino inferior permanente erupcionado pelo lado de dentro do dente de leite, próximo a língua, e atingir o céu da boca (palato), causando dor até perfuração.Ou, então, o dente permanente canino da maxila erupcionar na frente do dente decíduo e ocupar o espaço do canino inferior, causando desgaste prematuro de ambos e até fratura, pelo contato dente com dente.
- Diagnóstico fácil
A persistência do dente de leite é percebida com um simples exame da cavidade bucal, feito por volta dos 4 a 6 meses de idade, fase de troca dentária.Considera-se que o problema está presente quando se encontra um dente decíduo firme ou com pouca mobilidade ao mesmo tempo que já pode ver erupcionado a extremidade superior (cúspide) do respectivo dente permanente.Nesse caso, é recomendada a exodontia imediata do dente de leite, ou seja, a sua extração.
A cirurgia deve ser realizada com cautela para não danificar o germe do dente permanente.Previamente, são feitas radiografias intraorais do dente a ser extraído, para avaliar a presença e exata posição das raízes, além de suas condições (se estão em rocesso de reabsorção ou não).Deve-se ter cuidado de não fraturar a longa e fina raiz do dente que está sendo extraído, especialmente se for um dente canino, já que a remoção do fragmento fraturado dá mais trabalho e toma mais tempo.Para evitar o risco, faz-se um retalho mucogengival que expõe o osso alveolar, permitindo visualizar a raiz e removê-la pela face vestibular.A seguir, com movimentos delicados de rotação, feitos com uma alavanca, luxa-se o dente para, em seguida, ser feita a remoção com a ajuda de um fórceps.A curetagem do alvéolo promove um coágulo que acelera a cicatrização óssea.Finaliza-se o procedimento com a sutura do corte, feita com fio absorvível.
Nascimento dos dentes de leite
Dentes decíduos :::::::::::::::::::::::::: Cães
Incisivos::::::::::::::::::::::::::::::::::3 a 4 semanas
Caninos::::::::::::::::::::::::::::::3 semanas
Pré-molares:::::::::::::::::::::::4 a 12 semanas
Molares:::::::::::::::::::::::::::: não há
Período das trocas dentárias
Dentes permanentes::::::::::::Cães
Incisivos::::::::::::::::::::::::::::: 3 a 5 meses
Caninos::::::::::::::::::::::::::::: 4 a 6 meses
Pré-molares::::::::::::::::::::::4 a 6 meses
Molares::::::::::::::::::::::::::: 5 a 7 meses
Matéria extraída da revista Cães e cia
